Ciclos de segurança: conforto que aprisiona
O Conforto dos Ciclos de Segurança
Os ciclos de segurança representam estratégias adotadas para aliviar o medo imediato, como buscar garantias constantes e checar repetidamente situações cotidianas. Muitos adultos se apoiam nesses comportamentos buscando um alívio emocional instantâneo. No entanto, ao aderir a essas práticas, corre-se o risco de perpetuar um ciclo que mantém a ansiedade em vez de resolvê-la. É comum ver pacientes que se sentem presos nesse ciclo, e muitas vezes não percebem que essas atitudes, embora confortantes momentaneamente, acabam por aprisioná-los em estados de inquietação contínua.
Compreendendo os Mecanismos Psicológicos
No contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que é uma abordagem centrada na compreensão desses mecanismos, o foco é identificar como esses comportamentos reforçam a ansiedade a longo prazo. Considere, por exemplo, um indivíduo que sente a necessidade incessante de verificar se trancou a porta de casa. O alívio imediato ao constatar que a porta está fechada traz conforto, mas ao crer que algo pode dar errado, o ciclo se reinicia. Essa repetição contínua ilustra como uma solução de curto prazo contribui para um problema mais prolongado, mantendo o ciclo de ansiedade ativo em vez de resolvê-lo.
Desafiar os Ciclos de Segurança
Romper com os ciclos de segurança requer uma abordagem terapêutica específica, onde o paciente, guiado por um profissional habilitado, desafia essas estratégias aos poucos. A proposta é enfrentar, de maneira segura, os medos subjacentes, promovendo uma redução verdadeira e duradoura dos sintomas de ansiedade. Isso pode ser assustador no início; no entanto, o suporte terapêutico contínuo oferece a estrutura necessária para que o paciente se sinta capaz de abrir mão dessas ‘muletas’, permitindo que vivencie novas formas de interagir com suas preocupações.
Conclusão
Se você se vê em um ciclo de segurança que parece aliviar no momento, mas perpetua a ansiedade no longo prazo, considere buscar a orientação de um terapeuta especializado. Pode ser um ponto de virada na sua jornada em direção a um estado mental mais equilibrado e menos dependente desses ciclos. O tratamento guiado, como a TCC, proporciona ferramentas para que os pacientes possam abordar seus desafios de maneira eficaz, promovendo um bem-estar duradouro.
Referências
BECK, A.T. Terapia Cognitiva: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2013. YOUNG, J.E.; KLOSKO, J.S.; WEISHHAAR, M.E. Terapia Cognitiva para Transtornos da Personalidade. Porto Alegre: Artmed, 2008. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.